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quinta-feira, novembro 05, 2009

Tribunal de Contas mantém escrutínio do investimento público

Subconcessões rodoviarias
Tribunal de Contas detectou violações à lei que alteraram resultados dos concursos
05.11.2009 - 13h00
Por Luísa Pinto
São princípios de “estabilidade, concorrência e lealdade” que o Tribunal de Contas entende terem sido violados nos contratos assinados pela Estradas de Portugal com as subconcessionárias que ganharam a Auto-estrada Transmontana e a Douro Interior.Segundo a edição de hoje do Jornal de Negócios , que cita os acórdãos proferidos pelos auditores do Tribunal de Contas, em comum aos dois casos está a “ausência do estudo que a lei exige, demonstrando que a modalidade de parceria público-privada (PPP) é mais adequada do que as soluções alternativas para atingir os mesmos fins.O TC chama também a atenção para a “degradação das condições oferecidas ao concedente na fase final de negociações, contrariando as regras que a própria EP estabeleceu no programa de concurso e violando princípios fundamentais de contratação pública”No caso da subconcessão do Douro Interior, adjudicada ao grupo Mota-Engil, e ainda segundo o Jornal de Negócios , o Tribunal de Contas apontou “a ausência de declaração de impacto ambiental para um troço do trajecto antes do lançamento do procedimento”, o que “provocou a alteração do objecto de subconcessão, com impacto na realização física do projecto e na sua dimensão financeira”.Alegam os auditores do Tribunal de Contas que “se não tivessem ocorrido as violações de lei, haveria fortíssimas probabilidades de que teriam sido obtidos resultados diferentes, com melhor protecção dos interesses financeiros públicos”.Estas duas subconcessões foram as primeiras a ser apreciadas pelo TC, mas seguir-se-ão os restantes quatro empreendimentos rodoviários que foram adjudicados pela Estradas de Portugal, nas mesmas condições – pelo menos no que se refere à degradação das condições pedidas aos concedentes, já que todos os empreendimentos ficaram mais caros do que as propostas iniciais e à ausência de demonstração de que a celebração de uma PPP seria a melhor solução para o interesse público.Em declarações feitas à imprensa, o presidente da Estradas de Portugal, Almerindo Marques, referiu-se ao chumbo do Tribunal de Contos como uma “questão de interpretação jurídica” de que a empresa discordava. O presidente do Tribunal de Contas insistiu que em causa estavam questões de legalidade. A Estradas de Portugal apresentou recurso, com base em pareceres jurídicos, e a obra vai prosseguir já que a única limitação trazida pelo chumbo é a impossibilidade de fazer pagamentos e amortizações. Mas estes pagamentos não seriam feitos nos primeiros cinco anos do contrato.

Fonte: http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1408494

1 comentário:

  1. Publicado 13 Novembro 2009
    Estradas de Portugal diz que pagamentos à cabeça eram "adiantamentos"
    A Estradas de Portugal desmente que tenha perdoado um total de 430 milhões de euros aos adjudicatários das concessões rodoviárias do Douro Interior e Auto-Estrada Transmontana.
    Alexandra Noronha

    A Estradas de Portugal desmente que tenha perdoado um total de 430 milhões de euros aos adjudicatários das concessões rodoviárias do Douro Interior e Auto-Estrada Transmontana.

    Estas estradas, que estão em risco de não avançar depois do Tribunal de Conta (TC) ter recusado o visto prévio aos contratos, “apresentaram na sua proposta inicial a possibilidade, caso a EP aceitasse como vantajoso, de fazerem adiantamentos iniciais à EP, nos valores de 230 milhões e 200 milhões, respectivamente, quantias essas que a EP teria de devolver, ao longo dos anos de duração da concessão, acrescidas de juros às taxas previstas nos respectivos projectos”.

    Este facto, que foi revelado nos acórdãos do TC, revelou-se “em ambos os casos, não ser vantajoso para a EP”, adiantou a empresa liderada por Almerindo Marques.

    Recorde-se que este argumento, do pagamento à cabeça à EP de valores pelas concessionárias, foi várias vezes usado pelo antigo ministro Mário Lino e pelo actual secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos como um dos exemplos de que os contratos eram positivos para a EP. Nenhum dos responsáveis, no entanto, revelou posteriormente que os pagamentos tinham sido anulados na fase final das negociações.
    Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=396185

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