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sábado, outubro 09, 2010

Ministério retira contrato do TGV Poceirão Caia

Tribunal de Contas arrasa contrato do TGV
O Tribunal de Contas preparava-se para chumbar o contrato de adjudicação do troço do TGV entre o Poceirão e Caia. Os conselheiros descobriram várias irregularidades no processo e tinham já decidido recusar o visto prévio ao contrato - o que só não se concretizou porque o Governo decidiu pedir a devolução do contrato, precisamente no dia em que os conselheiros iam aprovar o acórdão com a sua decisão final
O Ministério das Obras Públicas retirou o contrato de adjudicação do troço do TGV Poceirão-Caia do Tribunal de Contas (TC), onde aguardava o parecer e a decisão dos conselheiros, de atribuição ou não do respectivo visto prévio. O pedido do Governo foi feito na sexta-feira passada, precisamente no dia em que os juízes da 1.ª Secção do TC iam reunir para discutir o projecto de acórdão - e que, segundo soube o SOL, ia no sentido de recusar o visto ao contrato, devido a uma série de irregularidades.

O Ministério das Obras Públicas recebera vários pedidos de esclarecimento do Tribunal, relativamente ao contrato de adjudicação do primeiro troço do TGV - assinado no início de Maio passado com o consórcio Elos, co-liderado pela Brisa e pela Soares da Costa.
Esses pedidos já indiciavam as dúvidas de fundo que os juízes se preparavam para alegar na decisão final. Entre estas, e à semelhança do que aconteceu com os contratos de concessão das novas auto-estradas, o TC deu sinais de considerar que o interesse público não estava salvaguardado por o risco económico-financeiro da operação de concessão recair sobretudo no Estado. Além disso, verificavam-se disparidades entre o contrato e o caderno de encargos do concurso, o que configuraria uma violação do princípio da concorrência.
Foram esses pedidos de esclarecimento, a que o Executivo não respondeu na totalidade, que impediram o TC de respeitar o prazo máximo de 30 dias previsto na lei para decidir sobre o visto ao contrato. Este já foi assinado em Maio passado. Contactado peloSOL, o Ministério das Obras Públicas não esclareceu quando vai voltar a enviar o contrato ao TC, nem se vai promover alguma alteração ao texto, de modo a eliminar as dúvidas dos conselheiros.
Seja como for, e qualquer que seja a decisão, neste momento pode estar comprometido o início das obras que o Governo já anunciou para Janeiro. Isto apesar de, formalmente, a ausência de visto prévio não ser impedimento para o início da execução de um contrato.
O presidente do TC tem, aliás, pedido publicamente aos responsáveis políticos uma alteração à lei orgânica do TC que volte a impedir essa situação - precisamente para evitar que obras cuja adjudicação acaba por ser considerada ilegal e lesiva do interesse do Estado possam avançar antes do tribunal se pronunciar.


Vai custar o dobro
A TVI, entretanto, revelou que o valor desta adjudicação, feita em regime de Parceria Público-Privada (PPP), vai custar ao Estado o dobro do que o Governo tem anunciado. Segundo os anexos ao contrato assinado com o consórcio Elos, que a estação de Queluz divulgou, em vez dos cerca de 1,4 mil milhões de euros anunciados como encargos públicos, o troço do TGV entre Poceirão e Caia vai custar aos cofres do Estado quase o dobro, ou seja, cerca de três mil milhões de euros.
O ministro das Obras Públicas, António Mendonça, desmentiu os números avançados pela TVI mas a oposição, perante os documentos divulgados, solicitou a presença do ministro no Parlamento, tendo o BE exigido a denúncia imediata do contrato.
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Fonte: http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1673

"Perante o risco de chumbo, as empresas promotoras do projecto, a Rave e a Refer optaram por retirar o pedido para procederem à reformulação dos documentos entregues, "no sentido de responder a todas as questões colocadas". A retirada do pedido de visto acontece, em regra, quando o proponente acredita que o contrato pode ser chumbado e isso foi, aliás, o que aconteceu na concessão Baixo Tejo após o chumbo das primeiras concessões rodoviárias. "
Fonte:   ionline

1 comentário:

  1. Governo manda Rave retirar pedido de visto prévio ao Poceirão
    08.10.2010 - 08:35 Por Carlos Cipriano

    Eram muitos os pedidos de esclarecimento feitos pelo Tribunal de Contas e o Governo optou por recuar no visto prévio, mas pode continuar obras.

    A Rave divulgou ontem à noite que pediu ao Tribunal de Contas a retirada do visto prévio ao contrato de concessão da parceria público-privada ao troço Poceirão-Caia do projecto de alta velocidade, assinado em Maio.

    A empresa, que recebeu ordens da tutela nesse sentido, justifica a decisão pelo número de pedidos de esclarecimento do Tribunal de Contas relativos a aspectos particulares do contrato de concessão, tendo preferido "proceder à reformulação dos documentos entregues no sentido de melhor responder a todas as questões colocadas".

    No mesmo comunicado, a Rave diz que, no mais curto espaço de tempo, o processo será reenviado ao TC, "tendo em vista o início das obras de construção deste troço de alta velocidade conforme programado".

    O contrato tinha sido entregue ao TC em Junho, dispondo este de 30 dias para dar o visto, prazo que é suspenso sempre que existem dúvidas e perguntas. Ora, desde essa data, segundo o PÚBLICO apurou, têm sido centenas as perguntas da CP à Rave acerca do contrato de concessão, e o prazo estaria a dois dias de se esgotar. Nenhuma das dúvidas, porém, tem a ver com as questões levantadas no processo da Estradas de Portugal e que levou ao chumbo de quatro contratos de subconcessão.

    Se, no caso das estradas, as dúvidas se centraram nos preços finais do contrato, no caso do TGV, o contrato conta com aspectos inovadores, nomeadamente o facto de existir uma fase de negociações após a assinatura do contrato.

    A inexistência de visto prévio e o reinício do processo não impedem, porém, que as obras comecem, uma vez que não há nesta fase lugar a qualquer pagamento. Tecnicamente, as obras para o TGV já tiveram início na semana passada.

    Estes trabalhos destinam-se a erguer a "amarração" das linhas convencionais e de alta velocidade à Terceira Travessia do Tejo, bem como à construção do parqueamento e oficinas de manutenção do TGV.
    http://economia.publico.pt/Noticia/governo-manda-rave-retirar-pedido-de-visto-previo-ao-poceirao_1460029
    Fonte: Publico com Luísa Pinto

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