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quinta-feira, outubro 10, 2013

Enfoque na dívida pública é o "pecado original" do Euro

Quase 15 anos depois da definição dos "critérios de Maastricht", que  não serviram para evitar o colapso do rating do crédito soberano dos países sobre-endividados poucos anos mais tarde, o  novo CFP Conselho de Finanças Públicas publica um "Apontamento" sobre a dívida pública   http://www.cfp.pt/wp-content/uploads/2013/10/CFP-APT-01-2013-PT2.pdf

cfpO trabalho pode ser útil para rever os conceitos de contabilidade nacional aplicados na União Europeia, segundo as normas ESA95.

Mas, infelizemente  a análise continua  a focar o indicador errado, o da dívida pública,  quando o que importa é o endividamento externo bruto , GED, gross external debt.  Deveriam mesmo reconhecer que as normas  SEC95 fizeram parte do problema do nosso sobre-endividamento soberano e externo, ao promover   a desorçamentação da dívida, que acumulou nas empresas públicas, nas PPP, nos swaps, etc.

Este é um exemplo desastroso de como a a má contabilidade (nacional) pode levar a más decisões económicas, o equivalente a um empresário que esconde as facturas na gaveta em vez de entregar ao contabilista.

O enfoque equivocado dos "critérios Maastricht"  na dívida pública dos países devedores em vez da dívida externa foi possivelmente o maior erro da constituição da Moeda Única, o "pecado original" do Euro. 

Alternativamente, deveríamos ter critérios de sustentabilidade da Eurozone tanto para os países credores como para os países devedores, focando as contas externas e endividamento externo.  Sem as ferramentas de ajustamento como a politica cambial e a política monetária, a União Monetária tornou-se insustentável devido à divergência dos saldos da BTC da balança de transacções correntes entre os países membros da Eurozone.

Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia

3 comentários:

  1. Os "critérios Maastricht" da Eurozone precisam de ser totalmente revistos para evitar desequilibrios entre os países membros que tornam a Eurozone insustentável.
    E precisam de ser aplicados aos países superavitários não apenas aos deficitários.

    Afinal, pior que a falta de objectivos e metas é a definição e insistência em objectivos errados.

    Aquela de "acertar por engano", só no tempo do Pedro Alvares Cabral...

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  2. Um artigo no New York Times "Taking aim at the wrong deficit" fala da importancia de reduzir os desquilibrios externos, mais que os desequilibrios externos.

    O défice que conta afinal é o défice comercial...

    http://www.nytimes.com/2013/11/07/opinion/taking-aim-at-the-wrong-deficit.html?emc=edit_tnt_20131106&tntemail0=y&_r=0

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  3. If you don't like the COST of excessive regulation, you should try the COST of abismal regulatory failures, like what we have seen in international financial system, with abusive subprime lending and overleveraging.

    By definition, regulation should be "just right".
    Like Goldilocks, we need to be able to tell the difference.

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